Ora pois é, eu não sei quanto a vocês, mas eu - que ainda não sou mãe - apesar de gritar aos sete ventos que " não existe uma educação perfeita", ou que, " Pais Perfeitos são utopias", dou por mim a pensar que tenho em mim todas as ferramentas, capacidade técnica. cognitiva e coração para vir a tomar, vá lá, quase sempre as melhores decisões quanto à educação dos filhos e da família que virei a ter.
Por bons pais afirma-se: pacientes, compreensivos, atentos, interventivos, presentes, com boa gestão de tempo, ponderados, comunicativos, com boa capacidade disciplinadora e blá blá blá blá. Isto tudo entenda-se, pois ninguém deseja que os seus maus instintos educativos possam trazer estragos irremediáveis para a saúde psíquica dos seus filhos e /ou consequências inestimáveis na vida organizada e perfeita da sociedade que os acolhe. Sociedade essa que alimenta a teoria dos Pais Perfeitos, uma teoria um tanto ou quanto subversiva, pois faz deles os bodes expiatórios para toda e qualquer asneira dos rebentos. Esquece-se a Escola e todo o contexto social, económico e até politico que envolve o crescimento da criança.
Assim se dá inicio a um desenrolar de sentimentos de culpa, no desrespeito pela infância e na sua adultificação.
Assim se dá inicio a um desenrolar de sentimentos de culpa, no desrespeito pela infância e na sua adultificação.
Mesmo não sendo mãe, tenho vindo a desenvolver o papel de educadora e também em tempos desenvolvi essa fantasia de que estabeleceria com as crianças uma relação sinergética tal, que estar com elas seria tão natural como respirar. Felizmente, desde que descobri que não tem que ser assim, tenho mais desculpa para o erro e mais espaço para reflectir nele com verdade.
Por isso, respirem fundo, é que os Pais não têm que ser perfeitos e, no dicionário, perfeição não é sinónimo de Educação.